terça-feira, 26 de outubro de 2010

A gente vota Dilma from a gente vota dilma on Vimeo.

Zé de Abreu disseca José Serra: não cumpriu mandato nem de Pres. da UNE!...

Só para Loucos...

wingsuit base jumping from Ali on Vimeo.

Estudo preliminar concluiu que maconha reduz a dor crônica


Cannabis sativa

Droga reduziu a dor e a ansiedade e melhorou o sono de pacientes com dor crônica

Fumar maconha em cachimbo pode reduzir significativamente a dor crônica em pacientes com nervos danificados, revelou um pequeno estudo feito no Canadá.

O experimento, envolvendo 23 participantes, também melhorou o sono e reduziu a ansiedade entre os que fumaram a droga.

Em artigo publicado na revista científica Canadian Medical Association Journal, os cientistas disseram que são necessários mais estudos, em larga escala e com a utilização de inaladores.

Comentando o trabalho, especialistas britânicos disseram que a melhoria na dor foi relativamente pequena, mas acrescentaram que o trabalho pode ter implicações importantes.

Entre 1 e 2% da população sofrem de dor neuropática crônica - dor resultante de problemas de sinalização entre os nervos -, porém há poucos tratamentos disponívels.

Segundo relatos de alguns pacientes que sofrem dessa condição, fumar maconha melhora seus sintomas.

Isso levou pesquisadores a investigar se a ingestão de canabinóides - as substâncias químicas presentes na erva cannabis - em forma de pílula poderia produzir o mesmo efeito.

A equipe da McGill University, em Montreal, disse, no entanto, que faltam estudos clínicos com pacientes fumantes da erva.

Potências

Durante o estudo, foram usadas maconhas com três potências diferentes - contendo 2,5%, 6% e 9,4% do ingrediente ativo tetrahidrocanabinol, THC - e placebos.

Sob supervisão de enfermeiros, usando cachimbos, os participantes inalaram uma dose única, de 25mg de maconha, três vezes ao dia durante cinco dias.

Depois de um intervalo de nove dias, eles repetiram a operação até completar quatro ciclos.

Comparados aos pacientes que ingeriram placebos, os participantes que receberam as maiores doses de THC sentiram menos dor, dormiram melhor e sentiram menos ansiedade, concluíram os autores do estudo.

O líder da equipe, Mark Ware, disse: "Até onde sabemos, este é o primeiro estudo clínico com pacientes não internados usando maconha fumada de que se tem notícia".

Ware disse que estudos de longo prazo, com cannabis mais potentes e usando inaladores especiais que permitem maior controle das dosagens, são necessários para que se obtenha resultados mais precisos e também para que se avalie a segurança do tratamento.

Repercussão

Segundo o médico Tony Dickenson, do University College of London, vários pacientes com dor crônica dizem se beneficiar da cannabis, mas ele alerta que a auto-medicação é perigosa.

Dickenson notou que a redução da dor revelada pelo estudo foi pequena, mas acha que a droga pode fazer diferença para pacientes com dor crônica que sofrem de insônia e depressão por causa de sua condição.

Também valeria a pena investigar se inalar a droga seria mais efetivo do que ingeri-la por via oral, ele acrescentou.

"Talvez seja importante encontrar pacientes que respondam particularmente bem (à cannabis) pois é possível que ela não seja adequada para alguns grupos, como pacientes mais idosos".

"(Os pesquisadores) não conseguiram tantos voluntários quando queriam para os testes e isso demonstra como esse tipo de pesquisa é difícil de realizar", acrescentou.

Outro especialista, o neurocientista Peter Shortland, do St Bartholomew's Hospital e da London School of Medicine and Dentistry, ressaltou o fato de que "fumar a droga não produziu os efeitos mentais comumente associados à cannabis de potência total".

Para ele, o estudo foi um passo importante e precisa ter continuidade.

Dilma13

sábado, 9 de outubro de 2010

Sensacional: na balança. Lula/Dilma 10 x 0 Serra/FHC

Entenda, amigo navegante, por que o Zé Baixaria recorre à calhordice de politizar o aborto.

E porque ele afogou o FHC (extraído do Blog O Biscoito Fino e a Massa):

Copie, circule. Este é o debate que nos interessa, não esses sofismas, acusações e ilações sobre fé e moral. A luta política com política se ganha. A mensagem é simples: nós governamos o Brasil melhor que eles, com mais crescimento, distribuição de renda e liberdade, que inclui sempre, claro, tanto a liberdade de culto como a liberdade de não ter fé nenhuma. A verdadeira diferença que deve ficar clara nesta campanha é a diferença entre dois projetos políticos, expressa de forma nítida nesta comparação.

Este belo cartaz foi feito pelo @ilustreBOB (que bloga aqui) e eu o roubei lá do Celso. Para quem quiser realmente se aprofundar nos números, o blog sempre sugere este pdf.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Globo: Serra é um pacote vazio cheio de ódio

Dentro, só tem ódio

Saiu na primeira página do Globo: “Serra: Lula deixa roubar e Dilma é envelope fechado”.

Serra participou de um pretenso “debate” com notáveis colonistas (*) do jornal O Globo, onde viceja o Golpismo mais genuíno.

Sobre a acusação de que Lula “deixa roubar”, Serra não é original, como sempre.

A matriz é uma frase do Ciro Gomes (**), que disse: “Fernando Henrique não rouba, mas deixa roubar”.

Sobre a Dilma, o Serra precisa escolher.

Ou a expressão “envelope fechado” significa que a Dilma não tem nada na cabeça e nem na biografia, ou a Dilma, como ele dá a entender, é uma guerrilheira sanguinária que matava criancinhas (***).

A comparação de Dilma a Celso Pitta, ou seja, de Lula a Maluf, é tão ridícula quanto deprimente.

Denota que o Zé Baixaria aproxima-se do fundo do poço, onde se encontra o Golpe baixo.

O “debate”, para variar – clique aqui para ver que a Marina não pensa nada – foi inútil.

A urubóloga Miriam Leitão conseguiu descobrir, na PNAD divulgada nesta semana, a consagração do Governo do Farol de Alexandria.

Trata-se de uma pirueta estatística que a credencia para a próxima temporada do Cirque du Soleil.

Outro colonista (*), mais para anônimo do que para notável, foi destratado pelo Zé Baixaria, interrompido e caracterizado como desprovido de neurônios e membro de um suposto “comitê petista”.

Inexplicavelmente, o colonista (*) calou-se diante da terrível acusação.

O Zé Baixaria gostava do tempo em que bastavam três telefonemas para controlar a opinião pública.

Para o doutor Roberto, para o “Seu” Frias e para o Ruy Mesquita.

O Robert(o) Civita vinha no vácuo.

O Zé Baixaria debate-se com os novos tempos da blogosfera que ele não consegue calar.

Não dá para pedir a cabeça do Nassif ao Nassif, porque o Nassif provavelmente não demitirá o Nassif.

Não adianta pedir à dra. Cureau para calar o blog Amigos do Presidente Lula, porque a Justiça frustrou as autoritárias intenções da imparcial dra. Cureau.

Basta acompanhar o Zé Baixaria no Twitter – clique aqui para perder lá o seu tempo – para perceber que ele não tem a menor ideia de como funciona a blogosfera ou o Twitter.

Serra está ancorado em 2002 e lá morrerá.

Com o mesmo ódio de sempre.


Paulo Henrique Amorim

Dilma ganhou. E para continuar a ganhar

A diferença entre a Dilma e o Serra foi igual ao eleitorado de Minas


O Conversa Afiada reproduz e-mail que recebeu do amigo navegante Sérgio Malta:

Meus prezados Mino Carta, Paulo Henrique Amorim, Mauro Carrara, Hildegard Angel, Hélder Câmara, Franklin Martins e demais colegas voltados à campanha pró-Dilma no segundo turno:

* Favor considerar ou aditar a tudo que venham escrever ou declarar alguns dos pontos e sugestões abaixo enumeradas por este colega de vocês, jornalista e publicitário

* Favor fazer chegar esta mensagem ao Ciro Gomes e a outros responsáveis pela campanha da nossa Dilma!

* Muito obrigado, muito sucesso e um forte abraço a todos do Sergio Malta.


Pontos importantes para a propaganda e os debates no segundo turno das eleições.


“DILMA PRESIDENTE, PARA O BRASIL CONTINUAR VENCENDO!!!”


(Este deve ser o novo slogan da campanha pró-Dilma no segundo turno!)


- O Brasil é o vencedor na disputa da sede da Copa do Mundo em 2014!

- O Brasil é o primeiro país sul-americano a sediar os jogos olímpicos: Rio’2016!

- O Brasil venceu a dívida do FMI. Hoje são eles que nos devem dinheiro!

- O Brasil de hoje venceu a fome e os índices de pobreza.

- O Brasil de hoje venceu o desafio do aumento do poder aquisitivo do povo brasileiro!

- O Brasil é hoje o maior criador e exportador de carne bovina do mundo!

- O Brasil é hoje o maior criador e exportador de frango do mundo!

- O Brasil é hoje um dos maiores exportadores de produtos agrícolas do mundo!

- O Brasil é hoje um dos maiores produtores e exportadores de minério do mundo!

- O Brasil é hoje um dos maiores exportadores de automóveis do mundo!

- O Brasil tem o segundo melhor PIB do mundo em 2010, abaixo somente da China!

- O Brasil tem hoje o presidente da República mais homenageado e premiado pelos

governos e principais jornais e revistas de todo o mundo!

- E muito importante: Dilma tem de deixar claro que todas as grandes obras alardeadas por Serra em São Paulo tiveram recursos liberados pelo governo federal!


Importantes testemunhos que deverão ser explorados:


JOSÉ ALENCAR

- Utilizar um testemunho gravado (som&imagem) de José Alencar em favor da candidata Dilma, em razão do alto índice de aprovação popular do Vice Presidente!


GABRIEL CHALITA

- O líder religioso e deputado federal (segundo mais votado em São Paulo) deu importante testemunho de ordem político-religiosa pró-Dilma em entrevista no programa do Paulo Henrique Amorim, na Record, dia 05.10.10!


O VOTO DA GRANDE DAMA

- Citar que a sra. Lily Marinho, viúva de Roberto Marinho (Globo), recebeu em almoço e declarou voto em Dilma Rousseff, fato testemunhado e declarado em entrevista de Hildegard Angel à CartaCapital (15.09.10).


Defesa contra insinuações de corrupção, tais como Mensalão e Quebra de Sigilo:


O MESADÃO DO FHC

- A liberação(13.01.99) de US$ 1,600,000,000.00 (Um Bilhão e Seiscentos Milhões de Dólares) para o Banco Marka, do Salvatore Caciolla, o qual foi preso na Europa e deportado para o Brasil onde está encarcerado na PF em Brasília.


- A privatização dos telefones que o Elio Gaspari chama de privataria – PHA


SIGILO ABERTO DE MAIS DE 6 MILHÕES DE PESSOAS

- Replicar qualquer insinuação com referência à quebra do sigilo bancário da filha do Serra e demais membros do PSDB com os fatos contidos na reportagem de CartaCapital a cerca da imensa quebra de sigilo promovida pela empresa de Verônica Serra e sua sócia, Verônica Dantas, em 2001, no governo de FHC. Lembrar que a então sócia da filha do Serra e seu irmão Daniel Dantas, foram presos e respondem por crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e formação de quadrilha.


O MENSALÃO DO DEMO EM BRASILIA

- Os panetones e a corrupção envolvendo o governador e políticos do DEMO, em Brasília, aliados do PSDB, partido do Serra.

Mino: Serra é o bode expiatório dos ex-donos do poder

Mino: Serra morreu na UDN

O Conversa Afiada reproduz notável – como sempre – artigo de fundo do Mino na Carta, por sugestão do amigo navegante Rafael:

“O bode expiatório”

Postado Por Mino Carta

Em 10 de setembro de 2010


Bom pai José Serra é. Mas basta isso para ser candidato à Presidência da República? Espantado, ouço estranhas, surpreendentes conversas pelos locais das horas felizes, os mesmos onde, até há pouco, pouquíssimo tempo, Serra era apontado como o aspirante “preparado”, concorrente, imbatível contra Dilma, “a guerrilheira” sem experiência eleitoral.


Dramaticamente despreparada. Pois o tucano, conforme as falas que me cercam, começa a ganhar as inconfundíveis feições de bode expiatório. De certa forma, um Dunga da política.


Os cavalheiros e suas damas faiscantes de berloques e pedrarias buscam uma explicação para o desastre que se esboça. É com melancolia que tomam seu vinho de rótulo retumbante, a girar o copo em curtas evoluções aprendidas não sem fadiga psicossomática nos últimos anos. Aplicados discípulos do up-to-date, substituíram o uísque que os acompanhava horas a fio até ao jantar, enquanto, na hora do almoço, surgem de gravata amarela nos restaurantes finos e caríssimos. Salvo raras e honrosas exceções, entraram na parada com a certeza da vitória. Seria o seu próprio triunfo, por sobre os escombros de Lula e do lulismo, perdão, de Lulla e do lullismo. Se a Seleção Canarinho perde, é por vontade divina, ou porque o técnico errou. E se perde o candidato Serra, de quem a culpa?


Não faltam os técnicos, ou seja, os marqueteiros, uma corte de especialistas não se sabe com exatidão em que matéria, tidos, porém, como indispensáveis nas nossas paragens. Às vezes me pego a imaginar Roosevelt ou Churchill, ou mesmo Zapatero e a senhora Merkel, que invocam a presença de peritos à sua volta para instruí-los como diretor de teatro faz com seus atores.


Os marqueteiros nativos são iguais à mítica fênix. Imortais, reaparecem sempre porque sempre perdoados. Vai sobrar para o próprio Serra, não ficou à altura das esperanças. Caiu em incertezas e confusões que seus eleitores cativos, tão fiéis, tão dedicados, não imaginavam. Não mereciam. Já está em elaboração a listagem dos erros do candidato tucano. Demorou demais para anunciar a candidatura. Não soube cativar Aécio. Imprimiu à campanha direções diversas e até opostas. Etc. etc.


Não é que a mídia não tenha colaborado para a vitória tucana. Formidável mídia, de tucanagem ampla, geral e irrestrita. Um instituto de pesquisas, o Datafolha, também participou do esforço. Surgiu ainda a denúncia, também apelidada de dossiê, a lembrar histórias de aloprados e mensalões. E nada? Culpa do Serra, dirão os senhores e suas damas. E me vejo, de improviso, a me compadecer, sinceramente, do futuro, iminente derrotado, em quem reconheci, e reconheço, muitas qualidades.


O erro de Serra foi ter caído na esparrela urdida por Lula, a do plebiscito inescapável, sem perceber, além da força dos adversários, a mudança que o ex-metalúrgico guindado à Presidência acarretou para o País, acima e além de alguns bons e inegáveis resultados alcançados por seu governo. A situação, precipitada em grande parte pela identificação entre a maioria e seu presidente plebeu, digamos assim, acabou por empurrar Serra para a direita como nesta página foi observado inúmeras vezes. O ex-presidente da UNE, perseguido pela ditadura, tornou-se representante de um partido fadado a ocupar o mesmo espaço outrora preenchido pela UDN velha de guerra.


Sublinhei também que Serra nunca recomendou “esqueçam o que eu disse”. Mesmo assim, na alternância contraditória das rotas da sua campanha, o candidato tucano amiúde, e lamentavelmente, permitiu-se tons udenistas adequados à exposição de ideias idem. Vivêssemos outro tempo, nada disso importaria, está claro. Empenhada em assustar a minoria privilegiada, a mídia nativa teve êxito em 1989, 1994 e 1998, contra o espantalho do Sapo Barbudo. Faz oito anos, contudo, que os argumentos da chamada elite não logram os resultados de antanho, mas Serra e os seus eleitores não se deram conta disso até hoje.


Esta incapacidade de compreender um Brasil diverso daquele sonhado, esta ignorância, é que confere um toque patético à derrota da minoria privilegiada, dos herdeiros e cultores de um passado que os fez donos do poder. Não são mais, a despeito da descoberta do vinho servido em taças, como dizem os maîtres.


Clique aqui para ler: “Ninguém jamais violou tanto quanto a filha do Serra”.

Mino: Dilma em lugar da fúria tucana


A fúria sem som


Leia no
site da Carta Capital o editorial de Mino Carta para a edição desta semana “Aborto e oportunismo eleitoral”.

Para Mino, Dilma deve ganhar para que o projeto de Lula não seja interrompido pela fúria e o oportunismo de José Serra.

Dilma, mostre que é de briga


Mino Carta


As reações de milhares de navegantes da internet envolvidos na celebração dos resultados do primeiro turno como se significassem a derrota de Dilma Rousseff exibem toda a ferocidade – dos súditos de José Serra. Sem contar que a pressa de suas conclusões rima sinistramente com ilusões.


Escrevi ferocidade, e não me arrependo. Trata-se de um festival imponente de preconceitos e recalques, de raiva e ódio, de calúnias e mentiras, indigno de um país civilizado e democrático. É o destampatório de vetustos lugares-comuns cultivados por quem se atribui uma primazia de marca sulista em relação a regiões- entendidas como fundões do Brasil. É o coro da arrogância, da prepotência, da ignorância, da vulgaridade.


É razoável supor que essa manifestação de intolerância goze da orquestração tucana, excitada pelo apoio maciço da mídia e pelos motes da campanha serrista. Entre eles, não custa acentuar, a fatídica intervenção da mulher do candidato do PSDB, Mônica, pronta a enxergar na opositora uma assassina de criancinhas. A onda violeta (cor do luto dos ritos católicos) contra a descriminalização do aborto contou com essa notável contribuição.


Ocorre recordar as pregações dos púlpitos italianos e espanhóis: verifica-se que a Igreja Católica não hesita em interferir na vida política de Estados laicos. Não são assassinos de criancinhas, no entanto, os parlamentares portugueses que aprovaram a descriminalização do aborto, em um país de larguíssima maioria católica. É uma lição para todos nós. Dilma Rousseff deixou claro ser contra o aborto “pessoalmente”. Não bastou. Os ricos têm todas as chances de praticar o crime sem correr risco algum. E os pobres? Que se moam.


Clique aqui para ler o texto completo na Carta Capital.

Para refletir ou o que nos diz o 1º turno das eleições...

TEXTO DE JUNIOR PERIM (Coordenador Executivo e Co-Fundador do CRESCER E VIVER)

Amigos(as),

Acordei com um gosto amargo na boca. Me dei conta de que o povo brasileiro, em sua grande maioria, portanto, falo do povo que precisa da ação, da escala e da rede de proteção e promoção social do Estado, para além de ter que enfrentar uma elite perversa tem agora como mais novo inimigo do seu projeto de realização e felicidade, uma classe média que eu sempre pensei não ter consciência de classe.

Sempre achei que a classe média jamais quis estar de um lado específico, senão navegando ao sabor daquilo ou daqueles que apontam com a manutenção dos seus parcos privilégios. Eu me enganei, o resultado da eleição de ontem, mostra que a pequena burguesia, tomando como a exemplo a classe média do Rio de Janeiro, tem seu campo ideológico bem definido e sabe o que quer ser - a 'nova direita' do Brasil.

A 'nova direita' não se identifica com as elites que, na avaliação dela é socialmente irresponsável e ecologicamente incorreta. A 'nova direita' mora no centro urbano e defende a floresta a partir de uma experiência imaginária; não joga papel no chão mas é consumista e compra coisas com grandes embalagens; está preocupada com o aquecimento global mas não abre mão de se deslocar de carro e não está nem aí para a discussão do transporte de massa e de qualidade.

A 'nova direita' critica a, ainda, injusta concentração de riqueza e renda no Brasil mas faz discurso raivoso contra o Bolsa Família que deu acesso à renda mínima a milhões de brasileiros e brasileira com apenas 1% do PIB.

A 'nova direita' faz discurso crítico sobre ética na política e denuncia a "manipulação" do voto popular, mas é ela quem consubstancia os seus discursos e análises sociais com os argumentos e informações difundidas diariamente pela grande mídia, (re)significando frases com chavões e expressões intelectualóides.

A 'nova direita' critica a qualidade do ensino e da saúde pública, mas não têm culhões de disputar a qualificação destes serviços, porque já faz tempo migrou para os planos de saúde e matriculou os seus filhos no ensino privado.

A 'nova direita' teoriza sobre o direito de candidatura do Tiririca e não fala absolutamente nada de candidatos que se elegem com fotos do Médici na parede.

A 'nova direita' vê os malabaristas dos semáforos, mas não vê as pessoas e e as suas complexidades que estão por detrás dos objetos (claves, bolas e limões) que elas manipulam como o meio que inventaram pra correr atrás do prejuízo.

Enfim a 'nova direita' é a galera cool, educada, letrada, adequadamente vestida, frequentadora dos espaços da cidade, cheia análises sociológicas, antropológicas e estéticas dos problemas, coisas e contextos e, também cheia de projetos 'bacanas' pra resolver tudo de uma maneira light que não afete os seus interesses e nem os interesses das elites, onde ela espera estar em algum dia.

Eu não tenho dúvida que a 'nova direita' votou na Marina Silva e inviabilizou a eleição da Dilma no primeiro turno. Mas o pior disso é que tenho um montão de amigos e amigas que foram surfar na onda verde e nem se deram conta de que ela leva à praia particular da 'nova direita'. Por isso escrevi estas linhas, com a esperança de que eles se salvem de um 'caldo' no mar de um projeto político que fez muito mal ao Brasil. Pensem porque o que está em jogo agora é o resgate da era FHC ou a continuidade do projeto de sociedade iniciado pelo Lula que nem de longe responde ou dialoga com o que busca a 'nova direita'.


Junior Perim

http://twitter.com/JuniorPerim